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O nome da exposição faz alusão a “micélio”, palavra que se refere ao emaranhado de hifas no solo, que trabalham em rede, carregando nutrientes até onde os fungos mais necessitam. A utilização do gênero feminino em “Micélias” visa confrontar a universalidade do gênero masculino nas palavras em português e resgatar dos ciclos de nutrição abafados por opressões enraizadas como a misoginia, transfobia, racismo e violência de gênero. 

 

A exposição nasce da intenção de compor um espaço de processos artísticos de mulheres, onde o labor e curiosidade artística se precipitam como uma estratégia de manutenção e reparo essenciais ao exercício da cultura, da criação, da produção e composição de poéticas individuais dentro de um espaço coletivo de ocupação e resistência. 

A experiência de Micélias, é a de pertencer um movimento cíclico de derivagem a partir de esporos, da multiplicação de conexões, de manutenção de um ciclo de nutrientes necessários para ao cuidado da vida, onde obras são realizadas a partir de múltiplas linguagens artísticas como pinturas, desenhos, bordados, performances, ações, traços, dentre outras, que produzirão entre si assimilações, frutificações, que almejam operar na escala do visível e do sensível. 

A exposição reúnirá narrativas que se tocam, se espelham, ressoam, contrastam, se cruzam, pois é nesta manutenção de fluxo de experiências e trocas de esporos afetivos de vivências femininas que surge o fortalecimento de todas nós . 

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Período expositivo – 14 de julho a 7 de agosto de 2022
 

MÊS CULTURAL ALMERINDA GAMA 

Projeto de fortaleceu a democracia participativa através da consolidação e ampliação de atividades no espaço ocupação Almerinda Gama. Por meio de uma programação cultural com duração de 1 mês que dialogou com as seguintes áreas: música, artes visuais e educação política. O evento consistiu em uma programação cultural composta por 1 dia de lançamento e por 4 finais de semana. A programação visou gerar subsídios destinados à Casa Almerinda Gama a partir da contribuição voluntária dos visitantes, além de ampliar a visibilidade do espaço. Em cada sábado e domingo a Casa Almerinda Gama recebeu, no primeiro andar, um artista ou grupo musical definido pela direção artística do projeto, que priorizou artistas e grupos compostos por mulheres, negros e LGBTQI+. No segundo andar, a Casa Almerinda Gama recebeu a exposição artística “Micélias”, curada por Clarisse Rates e desenvolvida pelas alunas do grupo de pesquisa Arte Ecologia (GAE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além das atividades culturais realizadas como rodas de conversa sobre políticas públicas no combate à violência de gênero e a arte como instrumento político.

 

SOBREA A CASA ALMERINDA GAMA

A Ocupação Almerinda Gama, no Rio de Janeiro, a nona ocupação, a nível nacional, realizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário. Objetivando construir uma Casa de Referência que atenda de maneira interdisciplinar, com apoio psicológico, jurídico, de assistência social e também o abrigamento de mulheres em situação de violência e/ou vulnerabilidade.  A casa Almerinda Gama acredita que a única forma de transformar a vida das mulheres é através da organização na luta coletiva, por isso é também um espaço de formação política. E entendendo que, para que essa libertação aconteça na  prática é necessário garantir a autonomia dessas mulheres, a casa Almerinda Gama é também um espaço de luta por formação profissional, emprego, creche e tudo que contribua para melhorar a vida da mulher. 

O PRÉDIO ONDE FUNCIONA A OCUPACAÇÃO

A Ocupação Almerinda Gama está situada no prédio onde existiu durante 121 anos a histórica loja Guitarra de Prata. Localizada na Rua da Carioca, 37, a Guitarra de Prata foi inaugurada em 1887 tendo sido frequentada por músicos como Pixinguinha, Noel Rosa, Ary Barroso além de fornecer instrumentos para Baden Powell e Paulo Moura. Mesmo sendo uma das três lojas mais antigas da Rua da Carioca (o prédio guarda vestígios de óleo de baleia usado como argamassa em construções feitas entre os séculos XVII e XIX) e tombada desde 2013, a Guitarra de Prata não resistiu à especulação imobiliária e precisou fechar suas portas em 2014, quando o grupo que na época era proprietário do imóvel duplicou o valor do aluguel. 

Coordenação Almerinda Gama - Daniele Ramos 

Coordenação GAE - Mari Fraga e Paula Scamparini

Direção de produção - Cristiane Fernandes 

Curadoria artística - Clarisse Rates 

Expografia - Uri Nonnato 

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